sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Perifton


A casa era luxuosa, dez enormes quartos e um jardim que dava para criar gado. Era algo comum na vizinhança, lugar conhecido pelas mansões. A mulher deitada na mesma cama é uma desconhecida de muitos anos de casamento. Era uma mimadinha vagabunda, de belas curvas, devo dizer, interessada em aventuras que seu dinheiro não podia comprar. Eu queria sexo e filhos, ela queria chocar o que sobrou da família. Marta era herdeira de uma fortuna amaldiçoada, seus pais e boa parte da família havia morrido de causas atípicas. Contava algumas destas causas rindo do azar dos seus parentes distantes, histórias que ela ouvia da mãe quando era menina.

Depois de alguns anos de casamento, ela se escondia pelos cantos da casa, evitando a verdade: Marta era estéril e resolveu nunca me contar, pois sabia que não me casaria com uma mulher que não pudesse me dar filhos, eu achava que, de alguma maneira, um filho mudaria a minha vida, eu teria realmente um objetivo digno para me dedicar. Quantas pessoas sobrevivem todos os dias sem um ideal? Mas, ao que parece, não estava no meu destino.

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texto - danilo rohrs

2 comentários:

O TEXUGO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
O TEXUGO disse...

Por favor, façam JV postar rádio platônica!