sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lê Minski


Um dia alguém me disse que existem dois tipos de pessoas no mundo: As pessoas que costumam fazer homenagem a outras e as que são dignas e merecedoras de serem homenageadas. Leminski é uma daquelas pessoas que merece mais que uma homenagem. Mais que muitas. Mais que uma vida inteira de poesia. Leminski é mais que uma pessoa. Mais que muitas. Mais que uma vida inteira de poesia. Aqui tentei fazer a minha parte. A primeira parte de muitas. A primeira parte de uma vida inteira de poesia.



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manipulação de imagem - joão vinícius
texto - gabriel camões
leitura - gabriel camões
música - joão vinícius

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Café Blasé

Quem lida com criação e tem um computador como ferramenta bem sabe da necessidade daqueles 10 minutos de descanso de duas em duas horas, três em três, pouco importa. Os 10 minutos. A pausa pro café, quem sabe um cigarro. Café preto, bem forte, com aquele leve gosto de torrado da cafeteira Wallita, que está alí sempre presente aquecendo o que te faz esquecer que água existe na jornada de trabalho. O cigarro, quando não te toma como um dependente, completa o STATUS. A leve cruzada de pés, em pé com um dos ombros encostado na parede, sozinho ou acompanhado. Está agora configurado o tipo Café Blasé.



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texto, música e melodia - joão vinícius
leitura e voz
- joão vinícius

terça-feira, 19 de maio de 2009

Recado de ontem

Que este não seja o último suspiro de inspiração de um amigo.



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texto - saulo dourado
leitura - saulo dourado
música - joão vinícius

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Canção de amor

A canção na qual eu não acredito mais, falida nas rádios e mídias audiofônicas, ainda permanece sincera por entre os acordes e versos das canções de amor. Por mais que estas sejam feitas aos quilos por compositores que gananciam a fama, sustentam sua sobrevivência, ou mesmo pelo amador que escreve da porta do quarto para dentro, em algum momento, um intervalo de tempo em que o lápis não toca o papel, um minuto de silêncio é gerado. Este é o silêncio mais genuinamente sincero, que só quem escreve uma canção de amor ainda carrega consigo.



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texto - joão vinícius
leitura - joão vinícius e breno fernandes (trecho em francês)
música - gabriel camões (voz), joão vinícius (melodia, guitarra e violão), rafael campêlo (baixo) e igor andrade (bateria)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sina

O maior presente que a minha mãe e o meu pai me deram foi o meu nome. Mais que a vida. Porque esta é inerente, um cumprimento meramente biológico, que serve apenas aos vermes, no fim. Já o nome, como a obra, é o que fica. Mesmo que seja por uma geração, somente. Se for. E além do símbolo, o presente me traz também a compressão mais aguda do que a ânsia por oxigênio: a obrigação de sagrar o meu legado.



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texto - emmanuel mirdad
leitura - emmanuel mirdad
música - cebola pessoa

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Palabras

Isto é unha pequena improvisación.


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texto - lois blanco
leitura - lois blanco
música - joão vinícius

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A hora da borboleta

Sei que vai ser difícil acreditar, mas este texto era parte de uma história de terror, até aparecer essa música sexy, algo psicodélica, que raptou o excerto e tomou-o como seu. Não tentei um resgate, essas coisas acontecem, textos são tão volúveis quanto as pessoas em seus relacionamentos, e o que todo mundo busca, enfim, é um encaixe perfeito.


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texto - breno fernandes
leitura - verónika méndez
música - ugo sangiorgi

quinta-feira, 7 de maio de 2009

S2

Ele cedeu. Depois de muito insistir, desde a formação deste coletivo, o querido amigo e literato ("temporariamente despraticante") Saulo Dourado compareceu a uma reunião para o registro de alguns dos seus trabalhos. Dentre estes, uma frase.

O que fazer com uma frase? Muita coisa. A prova está aí.



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texto - saulo dourado
leitura - saulo dourado, joão vinícius, marcelino freire, bernardo de paula, álvaro andrade, breno fernandes e gabriel camões
música - joão vinícius e o espírito de maria bethânia, através de gabriel camões (capela incidental)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Notícia de uma coluna social no jornal de segunda

A primeira vez que falei esse poema foi há duas semanas atrás no Corujão da Poesia da livraria Letras e Expressões lá do Leblon. Eu costumo iniciar de forma bem alegre a visualização do espetáculo que é essa mulher, e da sensação de fama e brilho e barulho e espanto que ela causa. Depois minha voz toma um aspecto mais duro, se envolvendo com o silêncio, revelando minimamente as cenas finais. Lá no Corujão, quando as cenas do poema chegaram ao fim todo mundo ficou em silêncio. Pensei que tivesse ofendido alguém (às vezes penso que esse texto é uma piada suja, gratuita, completamente idiota), tanto que por poucos segundos fiquei parado, olhando pro povo, querendo repartir a angústia que é chegar ao fim desse poema. Dei dois passos pra trás e assim foi. Aplausos. Os amigos vieram. Tem um buraco de bala no centro do livro.



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texto - gabe pardal
leitura - gabe pardal
produção musical - gabe pardal e joão vinícius
edição - alberto grosso

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Manual para um voo tranquilo (Marcelino descobre Pardal)

Este trabalho é um flagrante. Tendo em mãos o fanzine que o poeta e membro do Coletivo Gabriel Pardal distribui no Rio de Janeiro, com sua arte gráfica e poética, o amigo Marcelino Freire não resistiu a deliciar-se com os textos presentes no livreto. Na pausa de uma das gravações que veio fazer conosco, ele aproveitou para recitar um desses; curiosamente, o microfone já apontava pra o próprio Marcelino. Bom, era só apertar REC e registrar esse fantástico momento da descoberta de um grande poeta da nossa geração por outro, tão reluzente quanto. A prova de que arte não é concorrência. É admiração, respeito, descobertas e inspiração.



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texto - gabe pardal
leitura - marcelino freire

sábado, 2 de maio de 2009

Pelo bom uso do fogo

Vamos falar da mais pura subsistência, daquela que, em sua infinitude, desconhece a manifestação do ego e esvazia qualquer tentativa de acúmulo. Falar de quando o pote está cheio e é possível saborear a alegria de compartilhar; de quando, ausente a expectativa, se pode ver a mais límpida contemplação. Vamos falar desses momentos em que o mais corriqueiro pensamento visita a mais sublime descoberta, seja na atmosfera de um bom velho disco antigo ou na profunda magia de pescar canções no ar. Para que dentro desse instante possamos viver a grande causa que é a vida! Mesmo sem a legalização, ou sequer marcha; mesmo sem voz nos veículos de comunicação ou em filmes premiados na Alemanha, mas com a presença infinita do amor, sempre a frutificar como música o sorriso no coração de milhões. Até chegar o dia em que o homem seja reconhecido pela capacidade de propagá-lo e os encantados multiplicadores de hoje, sujeitos iluminados de uma causa sem fronteiras, se vejam ainda mais livres a ponto de serem aceitos em abraços por todos aqueles que condenam o seu modo de vida. E todo ser humano se libertará do karma da vingança, do eterno ciclo destrutivo da mente que se aprisiona no poder.

Se esta fala há de guiar os próximos dessa caminhada que nos antecede, que ela seja uma fala precisa. Uma fala que contemple toda a sabedoria de viver cada dia com aquilo que a natureza nos dá. Uma fala que traga consigo a suavidade e a envolvência de um reggae nayambinghi e que habite na imensidão de humildade que cada nova colheita haverá de nos trazer. Uma fala que, indo direto ao coração, faça a nossa satisfação da alma um fruto ainda mais verde.



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letra e música - cebola pessoa