quinta-feira, 5 de março de 2009

Rita

Existe uma música lado B do Capital Inicial que sempre me deixou abalado. Rita, chama-se, e começa dizendo que à frente um horizonte se estende/ visões de você dançam em minha mente / ao entardecer uma dança indecente/ cresce em mim o prazer/ sou multidão e estou só...

A Rita do Dinho Ouro-Preto, Roberto Peixoto e Bozzo Barretti sempre me pareceu uma femme fatale. E eu queria machucá-la, dominá-la para que, assim, pudesse respirar em paz, sem visões de você [que] dançam em minha mente nem minha ânsia pelo seu suor.

Explicando o contexto de surgimento do poema para João Vinícius, ele me sugeriu que, em vez de declamá-lo hermeticamente, deixasse espaço para aquele meu discurso indignado, chocado, molestado. Com a ajuda da sua bela música de fundo, acho que consegui expurgar o fantasma de Rita.


acompanhe lendo


[ficha técnica]

texto - breno fernandes
leitura - breno fernandes
música - joão vinícius

Um comentário:

Nina Neves disse...

ôpa. freud (e eu) teria uma explicação pra você não aceitar a rita femme fatale. hãn?